Água Verde - Curitiba/PR

  • (41) 99965-2671

Inflação, juros e shutdown: Entenda o que tem influenciado alta do Ibovespa

Principal índice da bolsa brasileira voltou a bater recorde nesta terça (11), após a inflação desacelerar a 0,09% em outubro, ao menor patamar no mês desde 1998

Em poucas horas, o Ibovespa foi de 155 mil a 158 mil pontos, na abertura do pregão desta terça-feira (11), enquanto o mercado repercutia a inflação abaixo do esperado e a perspectiva de corte de juros no próximo ano. Já no exterior, há a expectativa para o fim do shutdown (paralisação) no governo dos Estados Unidos.

Ao fim do dia, a bolsa encerrou na 15ª alta e 12ª renovação de máxima seguida, com ganho de 1,6%, aos 157.748,6 pontos. É a maior sequência desde a série registrada entre maio e junho de 1994, também com 15 altas.

Seguindo analistas, os recordes consecutivos do principal índice da bolsa brasileiro são reflexo principalmente do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de outubro.

O desempenho no mercado brasileiro reflete otimismo dos investidores com uma possível queda de juros no Brasil, após a inflação de outubro desacelerar a 0,09%, abaixo do esperado, atingindo o menor patamar no mês desde 1998.

Com a inflação se aproximando do teto da meta (4,5%), as taxas DIs começaram a recuar com mais afinco, e reflexo à expectativa por juros menores no médio e longo prazo.

Segundo Matheus Amaral, especialista em renda variável do Inter, as atenções do mercado estão voltadas agora à possibilidade de corte de juros pelo BC no começo do próximo ano.

"O índice hoje abriu bem forte, principalmente depois dos dados de inflação que vieram abaixo do esperado das expectativas do mercado. Isso corrobora para as expectativas de um início dos cortes, ou em janeiro, ou em março".

Investidores também acompanham a divulgação de balanços corporativos do 3º trimestre de 2025, como Natura, Braskem e Localiza. Segundo Amaral, 61% das empresas já superam as estimativas na divulgação dos resultados.

Cenário exterior

Na segunda-feira (10), o Senado dos EUA avançou com um projeto que pode encerrar a paralisação histórica no governo americano, que já dura mais de 40 dias. O acordo de financiamento segue agora para a Câmara – os líderes republicanos esperam a aprovação possa ser feita já na quarta-feira (12).

Esta é a 15ª paralisação desde 1981 e supera o recorde anterior, registrado durante o primeiro mandato de Donald Trump.

O otimismo em relação à possibilidade de fim do Shutdown nos EUA influenciou as bolsas ao redor do mundo. Ações globais dispararam na véspera, impulsionadas pelo possível fim da paralisação, enquanto os rendimentos dos títulos do governo subiram e o dólar se estabilizou.

Segundo Adriana Ricci, especialista da SHS Investimentos, o otimismo dos investidores com a possibilidade de resolução do Shutdown se estende de ontem para esta terça, também influenciando a alta do Ibovespa.

"A questão do shutdown já saiu de ontem, porque saíram notícias de que estava no fim. Hoje é uma continuação do otimismo.", explica ela.