Mentoria Reversa para potencializar líderes conscientes
É preciso tratar a mentoria reversa como estratégia para oxigenar o repertório de líderes
Sim. Precisamos falar sobre liderança consciente diariamente, afinal, quem ensina o líder a continuar aprendendo, conscientemente, quando o mundo está imerso a uma estratosférica velocidade de mudanças tecnológicas, sociais e econômicas? E quem pode despertar nova energia e novos olhares para que a aprendizagem ressignifique o conhecimento, senão a nova geração que está conectada com as transformações que renovam o mundo corporativo?
Este é um ponto extremamente urgente e relevante, se quisermos falar de processos de aprendizagem no contexto das lideranças e das estratégias organizacionais.
Tratar a mentoria reversa como estratégia para oxigenar o repertório de líderes, conectando-os a novas realidades pode ser um movimento salutar e renovador. E, neste momento, nada mais estimulante do que profissionais mais jovens compartilharem conhecimento, perspectivas e tendências com líderes mais experientes. Explico: vejo muitos ganhos estratégicos com essa mentoria reversa: atualização constante, aproximação com as novas gerações, possibilidades reais de inovação disruptiva e cultural, tomada de decisão mais conectada com o presente e futuro, dentre outros.
É oportuno, para clarear e validar a importância desta visão, colocar aqui uma relação entre a velha economia (onde a liderança é baseada no acúmulo de experiência, autoridade hierárquica, foco em eficiência e previsibilidade) e a nova economia (que propõe uma liderança em rede, abertura para vulnerabilidade, inteligência emocional, diversidade, colaboração e inovação contínua). Este paralelo sinaliza e destaca a urgência existente na mudança de mindset e de comportamento das lideranças para uma atitude mais consciente, diariamente. Proponho, assim, nesta reflexão, 3 comportamentos essenciais para um Líder-Aprendiz:
Curiosidade ativa, pois o líder que busca constantemente novas perspectivas, pergunta mais do que afirma, observa tendências e se abre para o inusitado. E isto conecta a liderança à curiosidade, preparando-o para o porvir.
Humildade intelectual, que fortalece a ideia de que o conhecimento está distribuído em diversos agentes e que a experiência não é sinônimo de completude. Um líder humilde, quase sempre, aprende com estagiários, trainees, pares e ímpares, transformando vulnerabilidade em força estratégica.
Intencionalidade no aprendizado para não esperar que a aprendizagem aconteça por acaso, mas estruturar rotinas, mentorias reversas e interações que geram novos repertórios. Isso ajuda, e muito, o posicionamento do líder como protagonista da própria evolução.
Os líderes que sobreviverão no futuro são aqueles que entendem que ensinar e aprender são vias de mão dupla. Você já se colocou no papel de aprendiz hoje?